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Projetos em andamento

 

INCUBADORA E UNIDADES DE REFERÊNCIA

INCUBADORA E UNIDADES DE REFERÊNCIA COMO ESTRATÉGIA O PROCESSO DE INCUBAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS (EES) PARA DISSEMINAÇÃO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS SUSTENTÁVEIS NOS MEIOS RURAL E URBANO, SOB A ÓTICA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA

Este projeto pretende, em continuidade aos trabalhos que vêm desenvolvendo no âmbito do Programa Multidisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho e os Movimentos Sociais - Núcleo/Incubadora Unitrabalho – UEM, atender 10 (dez) empreendimentos e/ou grupos informais, sendo 5 (cinco) no meio rural e 5 (cinco) no meio urbano. Na sua atuação envolve os princípios da economia solidária por meio de um conjunto de atividades sistemáticas de pesquisa, formação, assessoria técnica e tecnológica que abrange desde o surgimento do empreendimento econômico solidário (EES), até a sua consolidação. Baseado na autogestão, por meio da troca de conhecimentos, busca-se a melhoria, ampliação e comercialização de produtos e serviços com foco no desenvolvimento territorial sustentável pela organização do trabalho, conquista da autonomia e viabilidade econômica dos empreendimentos a fim de combater a extrema pobreza. Concomitante com a atuação da extensão, relacionada com o processo de incubação dos EES, o Núcleo/Incubadora também atua como espaço de estudos, pesquisas e desenvolvimento de tecnologias sociais sustentáveis, facilmente aplicáveis como estratégias de produção para geração de trabalho e renda.


QUITUTES E BELEZURAS

A IDENTIDADE CULTURAL REGIONAL REFLETIDA NA ALIMENTAÇÃO E NO ARTESANATO

A história, os costumes, a cultura e a identidade de uma comunidade podem ser analisadas pelos seus saberes e fazeres. Assim, o artesanato e a culinária local são formas de se conhecer e apresentar como atrativos turísticos a cultura das regiões que representa. Este projeto de extensão objetiva identificar e analisar os saberes locais relacionados à alimentação e ao artesanato do município de Maringá e região de influência, no estado do Paraná. Este projeto também confere continuidade aos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Programa Multidisciplinar de Estudos e Pesquisas sobre o Trabalho e os Movimentos Sociais - Núcleo/Incubadora Unitrabalho – UEM, atendendo empreendimentos e/ou grupos informais, que atuam com artesanato e alimentação na região. Envolve os princípios da economia solidária por meio de um conjunto de atividades sistemáticas, desde o surgimento até a consolidação, com base na autogestão, por meio da troca de conhecimentos, buscando o desenvolvimento cultural e territorial sustentável pela organização do trabalho. As atividades contemplam desde o cadastramento, passando pelo relato das origens do artesanato (belezuras) e dos alimentos (quitutes), resgatando o patrimônio cultural como um conjunto de valores identitários, proporcionando acesso à comunidade local e regional.

Este “espaço” também oportuniza aos visitantes apreciar espetáculos teatrais, de dança e música, garantindo acesso gratuito ao lazer e à cultura e, ao mesmo tempo, assegurando um local no campus universitário que permita aos apreciadores das artes e da cultura, adquirirem artesanatos (belezuras) e alimentos (quitutes) de forma organizada e apropriada ao conhecimento cultural compartilhado, como forma da preservação dos hábitos, usos e costumes caracterizadores da identidade dos povos de nossa região. 

 

 


 

Liderança feminina e Economia Solidaria: geração de trabalho e renda no Conjunto Habitacional José Richa – Sarandi/PR

Historicamente, no mundo do trabalho a desigualdade de gênero está presente nas diferenças de funções, renda e jornada de trabalho. A Economia Solidária é um movimento social que visa a produção e a comercialização justas por meio do trabalho coletivo e autogestionado. Essa outra forma de economia também tem como objetivo o desenvolvimento humano e econômico a partir de 

princípios e valores que contribuam para a igualdade de gênero, possibilitando a criação de espaços democráticos. Assim, a Economia Solidária constitui-se como um campo rico para a participação de coletivos femininos, abrindo possibilidade para o empoderamento de mulheres, assim como para sua independência financeira e construção de cargos de liderança.

Sarandi, município localizado no interior do Paraná, possui índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,695 e, segundo dados do censo demográfico de 2010, a incidência de pobreza era de 48,67%, sendo constatado que 30,1% da população possuía rendimento de até meio salário-mínimo e a população ocupada com trabalho formal em relação à população geral era de 17,8%. A título de comparação, em Maringá, o índice de população ocupada era de 46,4%, divergência que ressalta o bolsão de pobreza que se concentra na cidade de Sarandi. 

O Conjunto Habitacional José Richa foi desenvolvido com o intuito de acolher famílias de baixa renda através do programa Minha Casa, Minha Vida. Localizado na região periférica da cidade, não conta com UBS (Unidade Básica de Saúde), CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil), Escolas Públicas, UPA (Unidade de Pronto Atendimento), CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) ou qualquer outra forma de contraprestação municipal. É considerado um dos bairros mais violentos da região.

Diante dessa realidade, surge um grupo voluntário, integrado por aproximadamente dez moradoras do bairro e liderado por Julieta Branco da Silva, conhecida como “Dona Jô”, cujo objetivo inicial é a entrega de marmitas para a população local e em situação de vulnerabilidade, todas as quintas-feiras. Esta liderança feminina é respeitada pela população do território, visto que o grupo já atendeu mais de três mil pessoas. 

Além da distribuição de marmitas, este coletivo de mulheres realiza também bazares de roupas por preços simbólicos e festas temáticas em datas comemorativas, a partir de doações angariadas. Outra iniciativa é o projeto “A Escola do Bairro”, que consiste em aulas de reforço escolar para crianças com profissionais voluntários.

Haja vista a grande incidência de pessoas excluídas do mercado formal de trabalho e que buscam adquirir recursos financeiros através da coleta e comercialização de materiais recicláveis, surge a possibilidade de implementação de uma cooperativa de trabalhadores voltados à reciclagem, pautada nos princípios da Economia Solidária, uma vez que “o lixo gera dinheiro”, conforme palavras do próprio coletivo.

A Economia Solidária, neste sentido, surge como uma possibilidade de geração de renda e superação de vulnerabilidades sociais. A adesão a esse novo modo de economia é capaz de conferir um novo sentido ao trabalho e possibilitar a promoção de qualidade de vida através do trabalho coletivo.

Ademais, a cooperativa contribuiria com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10), já que Sarandi conta com apenas uma cooperativa de recicláveis, que não consegue atender a totalidade do município.

A presente proposta se alinha também aos Objetivos do Desenvolvimentos Sustentável (ODS), especificamente, à erradicação da pobreza; igualdade de gênero; trabalho decente e crescimento econômico, por meio da possibilidade de igualdade de postos de trabalho e remuneração; redução das desigualdades, através da geração de trabalho e renda para população vulnerável; cidades e comunidades sustentáveis, pois irá reduzir o impacto ambiental negativo com a gestão de resíduos municipais; consumo e produção responsáveis, à medida que se propõe a reduzir a geração de resíduos por meio da reciclagem.

Economia Solidária nas escolas: discutindo a diversidade e o mundo do trabalho

De acordo com a lei nº 13.415/2017 “Os currículos do ensino médio deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu Projeto de Vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais”. Considerando que a disciplina de Projeto de Vida faz parte do currículo do ensino médio, e tem como princípio fundamental a preparação dos jovens para a vida adulta, sobretudo no âmbito do trabalho, esse projeto pretende apresentar aos estudantes dessa disciplina formas de trabalho baseadas na coletividade, um dos princípios essenciais da Economia Solidária. Outro princípio de suma importância à Economia Solidária é a diversidade. Por diversidade, nós entendemos que há diferentes grupos na nossa sociedade, cada um com a sua especificidade histórica, religiosa e cultural, como por exemplo, os grupos que compõem a população negra, a indígena, a cigana, os trabalhadores urbanos e os rurais. A diversidade pode ser pensada de modo mais amplo que a multiplicidade, ela deve significar a atenção ao respeito à diferença, ou seja, o respeito a todos, mas em especial àqueles grupos considerados minoritários, os grupos racializados, os grupos que são historicamente discriminados pela sua cor, condição econômica, condição sexual ou crença religiosa. Desse modo, será importante tratar da diversidade e dos temas a ela relacionados na escola porque ela é um microcosmo na nossa sociedade, ou seja, na escola vamos encontrar diferentes grupos com características diversas e a comunidade escolar deve estar ciente de que todos têm os mesmos direitos e deveres, devendo todos ser respeitados e igualmente sendo respeitada a sua humanidade e cidadania.

 

Núcleo Incubadora Unitrabalho - UEM e o processo de incubação de empreendimentos econômicos solidários (EES) associados à pesquisa e articulados com o desenvolvimento regional

O presente Projeto propõe por meio do processo de incubação, fundamentar e concretizar suas ações no desenvolvimento de técnicas viáveis e de fácil utilização, tendo em vista adequação dos produtos à realidade do mercado e estabelecimento de referências entre os empreendimentos acompanhados. Tratase de servirem de efeito multiplicador aos beneficiários nos empreendimentos econômicos solidários incubados e em processo de incubação. Grande parte do empreendimentos urbanos já trabalhados é constituída de pessoas com necessidades de atendimento psicossocial, ou seja, pessoas em condições de vida precárias, baixa autoestima, doenças crônicas, transtornos mentais, desestruturação familiar, além de muitas terem baixa escolaridade, acarretando uma maior dificuldade de gerenciamento dos empreendimentos. As mulheres, embora apresentem um grande grau de protagonismo, ainda não têm reconhecidos seu papel fundamental dentro da cadeia produtiva e para o desenvolvimento territorial. Há necessidade de qualificar essas atoras para gerenciar seus empreendimentos, e provocar seu empoderamento e sua participação mais ativa, muitas vezes minimizadas pelo complexo que as mantém subjugadas pela presença masculina. Portanto, a capacitação dos trabalhadores para se organizarem e autogerirem se torna possível se implementada por meio do método dialógico e participativo de formação, contribuindo com uma melhoria da autoestima, qualidade de vida e renda dos beneficiários. Nesse sentido, esse projeto visa trabalhar de forma multi e interdisciplinar, necessário ao processo de incubação e capacitação dos beneficiários dos empreendimentos econômicos solidários, via interação horizontal entre equipe e empreendimentos aos moldes da educação popular.